domingo, 22 de março de 2009

Parques Solares

Passear por um parque solar é fazê-lo à sombra de imensos painéis distribuídos de forma cartesiana num grande espaço ermo. Reina o silêncio absoluto por entre os corredores e o instinto leva-nos a olhar para o céu em busca do sol.
Os seus raios não se vêem mas sabe-se que são apanhados no tapete artificial e giratório. Aí se transforma a energia solar em energia eléctrica. Um processo que se consegue sem gerar resíduos e através do impacto ambiental - paisagístico sobretudo.
Trata-se de uma nova tecnologia que precisa ainda de numerosos hectares para conseguir os watts destinados à rede eléctrica geral; a rentabilidade calcula-se a longo prazo e são necessárias ajudas públicas para renovar o sistema. Mas a humanidade inaugura o século XXI sabendo como colher a energia que o sol oferece todos os dias.

A luz que move electrões

O Sol envia para a Terra energia luminosa na forma de fotões, partículas portadoras da radiação electromagnética capazes de gerar o efeito fotovoltaico.
Ao chocarem contra a superfície de cada uma das células dos painéis solares, os electrões do silício de que são feitas, excitam-se e mudam de posição, produzindo uma energia que circula em forma de electricidade.
As células ligam-se entre si num circuito em série, o que aumenta a sua tensão.

Seguidores do sol do amanhecer ao anoitecer

Ancoradas sobre uma coluna, as estruturas horizontais podem atingir os oitenta metros quadrados e, apesar dos seus 1.700 quilos, giram seguindo o movimento do sol.
A superfície não supera temperaturas de 25 graus centígrados e está preparada para suportar ventos de 80 quilómetros por hora.
A energia flui em paralelo nos módulos que a conduzem até ao inversor.



Inversores de corrente contínua para alterna

Na coroa da coluna, a alta tecnologia materializa-se em placas de controlo que invertem a corrente contínua para alterna. Esta modificação é necessária para que a energia entre imediata e directamente na rede eléctrica.

Contadores e manutenção

Disposta entre grupos de oito terraços reflectores encontra-se uma casinha de contadores para cada um dos seguidores solares.
É ali que se registam os quilowatts gerados e enviados para a rede. A actividade não depende do calor nem das horas de sol, mas da radiação solar que atinge os painéis.
Um parque de 800 seguidores do sol consegue gerar uma média de 14,28 quilowatts/hora anuais. Isto é, a energia necessária para o consumo de 6.500 lares.
Os estudos asseguram que evita a emissão de 13.000 toneladas de dióxido de carbono (CO2), que equivale ao trabalho depurativo que se conseguiria com uma floresta de
oitocentas mil árvores.

Subestação eléctrica

A poucos metros do parque solar ergue-se uma subestação eléctrica que adapta o nível de tensão para injectar na rede a electricidade gerada.
O utilizador não se apercebe de nenhuma mudança no serviço eléctrico que recebe, mas sabe que cada quilowatt que o gerador fotovoltaico produz, é menos um que as centrais contaminantes irão gerar.

Parques em edifícios

Na busca do desenvolvimento sustentável e para apoiar as fontes limpas de energia, os novos edifícios são obrigados a instalar painéis solares.
Não se trata de geradores de energia fotovoltaica mas termoeléctricos: utilizam a radiação do sol para obter água quente sanitária.
Também há a possibilidade de mudar a tecnologia dos parques para os edifícios. A escala e a produção variam, mas o sistema está igualmente ligado em paralelo à rede e a electricidade produzida vende-se também à rede.
Calcula-se que este tipo de infra-estruturas têm uma vida útil de 30 anos sempre que se realizem os trabalhos de
manutenção preventiva e correctiva indicados.

Posted by Vitor Afonso & Joel Esteves